EDUCAÇÃO COMO DESENVOLVIMENTO SOCIAL POLÍTICO E CULTURAL

O presente trabalho tem por objetivo evidenciar a história da educação pautando-se em fatos distintos relacionados ao tema. Buscando demonstrar uma trajetória social, política e cultural que permeia a sociedade.

Por meio de pesquisas bibliográficas buscou-se evidenciar aspectos pertinentes ao tema pela concepção de autores distintos, utilizando de fatores e acontecimentos históricos vividos em vários países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.

Primeiramente enfoca-se uma abordagem histórica da educação em países do MERCOSUL, países estes que apresentam características fundamentadas em colonizações, dependências econômicas e culturais, explorações diversas, com um capital fundado em cunhos nacionais e também internacionais, ditaduras militares, pobreza e muitas vezes miserabilidade, degradação do meio ambiente, tráfico de drogas, históricos marcantes de corrupção política e dívidas externas.

Cabendo dentro deste contexto análises relacionadas à educação tanto por um prisma de globalização, cidadania, educação ambiental ou ainda sobre o ponto de vista tecnológico e cultural fatos que são abordados no segundo capítulo deste trabalho.

Ressaltando claramente a perspectiva de que a educação trata-se de um dos principais veículos de formação da cidadania, bem como da democracia, abordada como um fruto de identidade cultural, forma de justiça social e também diversidade política e ainda estabilidade econômica. Sendo uma forma de efetiva participação do cidadão em busca de uma cidadania plena.

CAPÍTULO I- ABORDAGEM HISTÓRICA SOBRE A EDUCAÇÃO DO MERCOSUL

Tem-se num contexto histórico que os países da América do sul são marcados por variadas crises, conflitos, consideráveis períodos de transição, transformações em relação a estrutura econômica e social, bem como dinâmica educacional.

Países que tiveram suas características fundamentadas em colonizações, dependências econômicas e culturais, explorações diversas, com um capital fundado em cunhos nacionais e também internacionais, ditaduras militares, pobreza e muitas vezes miserabilidade, degradação do meio ambiente, tráfico de drogas, históricos marcantes de corrupção política e dívidas externas.

Tendo em contrapartidas a este contexto divergências culturais, o espaço geográfico, riquezas naturais, negociações de cunho político, bem como tentativas de superação de crises que evidenciam democracias de formas distintas.

Conforme enfatiza LAMPERT, 1998:

A história da América não se iniciou com a vinda de Colombo em 1492, mas é fruto do trabalho árduo, cooperativo, humano de nossos índios, mestiços, das civilizações maias, incas e astecas, que, há milhares de anos, foram capazes de arquitetar, construir, produzir e viver harmonicamente com a natureza e certamente em condições mais dignas que as de alguns cidadãos nos dias atuais. Com a soberania dos Estados Unidos, depois da II Guerra Mundial, a influência e o mando norte-americano são visíveis e gerou uma dependência econômica/cultural e o empobrecimento dos países da América do Sul. Os golpes militares, apoiados pelo capital internacional, transformaram-se em ditaduras. A suposta democracia no Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai, países componentes do Mercosul, foi golpeada e nocauteada, o que afetou e atrasou a universidade, a ciência e a tecnologia, a educação, a imprensa, a vida dos intelectuais, dos políticos, a vida da população como um todo. Torturas, prisões, mortes assolaram e amedrontaram o dia-a-dia do cidadão sul-americano. E a cidadania? Os direitos civis, sociais e políticos? Esse período se estendeu por aproximadamente duas décadas até que o estado de direito foi instalado. Convém frisar que o período ditatorial variou nos países do atual Mercosul. Desde a década de 80, com a reabertura política e a redemocratização, países da América formam blocos para poder enfrentar os megaconglomerados, o capital estrangeiro, a dívida externa e para se enquadrarem na nova ordem mundial. O esfacelamento do bloco socialista e o fim da guerra fria deixaram de lado o mundo bipolar em direção a outro modelo, no qual o capital é hegemônico.

Com o intuito de se organizarem países como Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai unem-se desde janeiro de 1995, após um contexto histórico de longas ditaduras militares, buscando em conjunto solucionar constantes crises, sociais, políticas e econômicas.

Conforme ressalta MUÑOZ, 1996:

“a integração é uma esperança frustrada dos países da América Latina, mas continua sendo um instrumento essencial para assegurar o crescimento das economias latino-americanas e o bem-estar dos cidadãos. A integração é, sem dúvida, um processo de construção paciente, um caminho longo que, agora, nos novos tempos, torna-se mais possível do que nunca na história moderna das Américas” (MUÑOZ, 1996, p. 121).

Este autor também enfatiza que os esforços pela integração da América Latina, o MERCOSUL ocupam destaques de maneira espacial, visando à construção de um mercado comum, onde se tenha livre circulação de bens, serviços, bem como mão-de-obra e também capitais.  Sendo o MERCOSUL a representatividade de um esquema de grande potencial na América do Sul, ocasionando assim uma aproximação progressiva entre este e o Chile.

Diante deste contexto desafiador do MERCOSUL, dentro de aspectos tidos como favoráveis ou mesmo desfavoráveis, encontra-se presente a necessidade de rever, construir, bem como reconstruir caminhos, onde cabe às universidades diretamente engajadas nos problemas políticos, sociais, culturais e econômicos participarem deste processo de integração.

Conforme ressalta SILVA, 1998:

“A universidade pública já provou historicamente que desenvolveu a sensibilidade de ler a realidade do homem, além, muito além, do discurso oral e escrito, fazendo incursões profundas procurando decifrar e medir a capacidade de assimilação com o acervo teórico acumulado a partir da leitura de diferentes alternativas metodológicas, as regiões fronteiriças deverão ser consideradas efetivamente laboratórios vivos e abertos. No papel de aprendiz o estudante será também o informante de seu processo educativo, isto é, formativo (Silva, 1998, p. 212-216).

Já para FRANCO, 1993, em se tratando do MERCOSUL como uma realidade histórica e significativa existe a necessidade de se debater aspectos pertinentes a participação da universidade, bem como a construção de desafios aos docentes, pesquisadores e alunos. De forma que seja traduzida a necessidade e condições de existência para vivências diárias, sendo pelo processo de conhecimento que a universidade passa a inserir-se num processo de integração.

Segundo FRANCO, 1993:

“Faz-se mister o desenvolvimento de uma cultura de integração com a consolidação da concepção de que a integração não é pasteurização e não implica em colonialismo interpaíses. Implica no respeito às características das nações-partes e na rearticulação das relações existentes. Começa-se a formar uma consciência de companheiros/irmãos entre Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai. Esta cultura da integração é primordial para o sucesso da integração (1996, p. 111)”.

Portanto, dentro deste contexto cabem análises relacionadas à educação tanto por um prisma de globalização, ou mesmo cidadania, educação ambiental ou ainda sobre o ponto de vista tecnológico e cultural.

CAPITULO II- PECULIARIDADES SOBRE A EDUCAÇÃO

 Tem-se a educação como sendo um aparelho reprodutor do Estado, com um papel de grande relevância na globalização da economia. Assim dentro de uma visão histórica evidencia-se que após a Segunda Guerra Mundial com o intuito de apoiar tanto a modernização econômica social, bem como a real necessidade de formação de recursos humanos para o mercado de trabalho, realizaram-se diversas reformas educacionais.

Segundo MIRANDA, 1997:

 “A partir da década de 80, países industrializados (Estados Unidos e países da Europa) procederam a um movimento reformista internacional. O conhecimento produtivo assumiu o eixo central das reformas educacionais. Por sua vez, os países da América do Sul estavam em desvantagem pela elevada dívida externa, crise de políticas de ajuste estrutural, pobreza e necessidade de investimentos em todas as áreas. Os países da América Latina vivem um período caracterizado pela crise do modelo de industrialização, numa conjuntura demarcada pelo processo global de reforma do Estado, cuja finalidade é instaurar o mercado mundial como principal mecanismo de obtenção de recursos” (MIRANDA,1997, p. 38).

Para que os países não ficassem mais marginalizados e também com o intuito de buscar recursos para serem investidos em projetos sociais, buscou-se a partir da década de 90, dentre os países do MERCOSUL, desenvolver reformas educacionais.

A educação vista por um ângulo economicista esquecendo-se da cidadania foi abordada por um novo paradigma de conhecimento e políticas educacionais na América Latina, onde segundo MIRANDA, 1997:

 “A centralidade do conhecimento (da informação, da produção do conhecimento e de sua difusão) e a implícita mudança da concepção de conhecimento parecem ser uma idéia para a qual convergem todos os discursos, todas as propostas, todos os chamados atores sociais. Afinal, não se pode negar que o impacto da globalização, associado à revolução tecnológica, impõe um novo padrão de conhecimento: menos discursivo, mais operativo; menos particularizado, mais interativo, comunicativo; menos intelectivo, mais pragmático; menos setorizado, mais global; não apenas fortemente cognitivo, mas também valorativo. Não haverá necessidade de acumular muitos conhecimentos, porque estes podem ser buscados a qualquer momento, graças aos novos recursos tecnológicos. É requerido, no entanto, que se saiba como buscá-los corretamente como informação que, para ser acessada, necessita ser permanentemente produzida. Assim, a pesquisa e a produção do conhecimento de modo geral assumem um papel fundamental, como também os processos de organização e distribuição de informação (MIRANDA,1997, p. 41).

Em se tratando de falta de investimentos em ciência e tecnologia a América do Sul possui um histórico de grandes desafios, onde segundo GARCÍA GUADILLA, 1997:

 “Dados mostram que, em 1980, a América Latina só participava de 2% do total mundial de investimentos na área de ciência e tecnologia. Em 1990 o índice baixou para 1%, enquanto que o da Ásia subiu de 15% para 21%. Brunner (1997), em seu texto “Educación superior y globalización”, refere-se às acentuadas desigualdades no terreno das ciências. Os países desenvolvidos reúnem 85% dos cientistas e engenheiros que trabalham na investigação e desenvolvimento e ganham 96% do total destinado a essa atividade. Os países em via de desenvolvimento contam com 15% do pessoal e concorrem com os 4% do gasto global investido nestas atividades. Noventa e cinco por cento dos artigos científicos se originam atualmente em países industrializados Analisando-se dados da ciência na América Latina, fica claro o pouco investimento despendido nesta área. Entretanto, cabe mencionar que o Brasil e a Argentina têm presença significativa em publicação científica no cenário do Mercosul. O Brasil, entre os países do Mercosul, graças aos investimentos nos anos 70, tem posição privilegiada. De acordo com Lampert (1995), o Brasil, fruto de uma confluência cultural, do descobrimento à década de 60, sempre esteve atrelado aos interesses políticos e econômicos dos dominadores (portugueses, ingleses, americanos etc.)”.

 Dentro de uma abordagem de educação e cultura, tem-se um histórico de mudanças intensas e consideráveis transformações em todo planeta que diretamente referem-se às questões políticas, sociais e também econômicas, que redimensionam a cultura, o modo de viver dos cidadãos no que tange a aspectos pertinentes a alimentação, vestuário, comunicação, educação, hierarquia de valores, ética, identidade cultural, dentre outros.

Segundo URZÚA e PUELLES, 1997:

 “Os professores Raúl Urzúa e Manuel de Puelles, em texto elaborado como subsídio à VI Conferência Ibero-Americana de Educação, que se realizou em Santiago e Valparaíso (Chile) nos dias 10 e 11 de novembro de 1996, assim se expressam em relação à cultura: a mundialização da economia de mercado e a internacionalização das decisões econômicas, a revolução tecnológica e a conseguinte readequação das economias a mercados nacionais e internacionais de trabalho, a delegação de parte do poder político dos estados nacionais e órgãos supranacionais ou a poderes locais, a proliferação de acordos ou tratados comerciais de âmbito bilateral, sub-regional ou regional, a criação de uma rede de comunicação que cobre já grande parte do mundo, estão mudando radicalmente a sociedade e a política de praticamente todos os países e têm contribuído para o surgimento de uma nova cultura que também cruza as fronteiras e afeta em maior ou menor grau as culturas nacionais (URZÚA, PUELLES,1997, p. 123-124)”.

 Com relação à educação como forma de cidadania tem-se que a história da cidadania marca-se por distintas concepções de cidadão, bem como direitos e deveres. Onde segundo LAMPERT, 1998:

“No olhar da polis grega e das cidades-estados romanas, a cidadania era exclusiva dos homens ativos na vida política, sendo que as mulheres, comerciantes, artesãos e escravos eram excluídos. Na atualidade, com os avanços dos direitos sociais, a cidadania pode ser reconhecida pelo conjunto de direitos e deveres do cidadão. Incluem-se neste rol o direito à vida, à liberdade de expressão, à opção ideológica/política, à igualdade de oportunidades, ao atendimento de suas necessidades vitais e sociais, às opções culturais etc (LAMPERT, 1998)”.

 BENEVIDES, 1998, trata em seu artigo “educação para a cidadania e direitos humanos” de três elementos indispensáveis e também independentes para compreender a educação como forma de cidadania, sendo:

 “a) a formação intelectual e a informação: a formação do cidadão inicia-se com a informação e a introdução às diferentes áreas do conhecimento; a ausência e/ou insuficiência de informações reforça as desigualdades; b) a formação moral, vinculada a uma didática de valores republicanos e democráticos; c) a educação do comportamento: enraizar hábitos de tolerância diante do diferente e divergente; aprender a cooperar ativamente e subordinar o interesse pessoal ao bem comum. Para a autora, “a educação para a cidadania é um processo complexo e, necessariamente, lento. Aliás, assim foi e ainda é nos países que já têm consolidado práticas de cidadania ativa, e, neles, o processo de criação democrática continua” (BENEVIDES, l998, p. 177).

 Tem-se, portanto, claramente a perspectiva de que a educação trata-se de um dos principais veículos de formação da cidadania, bem como da democracia, abordada como um fruto de identidade cultural, forma de justiça social e também diversidade política e ainda estabilidade econômica. Trata-se de uma forma de efetiva participação do cidadão em busca de uma cidadania plena.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 Vale-se ressaltar que a educação perfaz um caminho histórico junto às transformações sociais, servindo também como aparelho ideológico de reprodução e manutenção social. Ocupando junto à hierarquia capitalista um lugar de destaque internacional.

Muitas vezes a visão sobre investimentos educacionais é tida como um retorno econômico, onde está é capaz de treinar habilidades sendo útil ao mercado, fato que ao longo da história causa desprovimento de ética, moralidade e também solidariedade.

Por várias agravantes faz-se necessário repensar a educação, pois diante de tantas concepções sombrias, bem como diversas inserções sociais distintas cabe à sociedade e aos profissionais da educação buscar um enfoque educacional pautado em desenvolvimento, bem estar social e individual.

A educação deve ser analisada como sendo um desafio em busca de uma democracia, cidadania e dignidade da pessoa humana. Buscando uma educação gratuita e de qualidade para todos os níveis de ensino.

Como enfatiza LAMPERT,1998:

 “Precisamos salvar a universidade pública, a pesquisa. Enfim, precisamos dizer um basta à robotização, à desindustrialização, à tecnologia de cunho meramente lucrativo, à destruição de postos de emprego, ao processo de globalização que fundamentalmente privilegia países e determinados grupos sociais. Precisamos unir forças dos diferentes segmentos da sociedade sul-americana e lutar para que as brechas entre riqueza e pobreza, a dificuldade de acesso a bens materiais/simbólicos e serviços sejam drasticamente reduzidas e até eliminadas. Precisamos lutar por uma democracia sólida, que respeite os direitos dos cidadãos, em vez de vivermos num clima de incerteza e instabilidade política. Precisamos contar com governos capazes de atender o social e o local em detrimento do capital e da internacionalização. Portanto, precisamos de uma educação calcada em valores, mas que lance mão da ciência e tecnologia para a superação dos problemas econômicos, sociais e políticos crônicos; que respeite o meio ambiente e as diferenças raciais e culturais. Esse é um dos grandes desafios e perspectivas do MERCOSUL”.

 Cabendo a cada cidadão buscar melhorias sociais, políticas e culturais utilizando-se desse instrumento de suma importância para a sociedade que é a educação, a qual é capaz de romper barreiras históricas evidenciando mudanças e melhorias inexplicáveis em busca de uma sociedade mais dinâmica, produtiva e humana.

REFERÊNCIAS

  BENEVIDES. M.V. Educação para a cidadania e em direitos humanos. In: Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 9. Anais. São Paulo, 1998.

BRUNNER, Educación superior y globalización. Educação Brasileira, Brasília, v.19, n.38, p. 11-30, 1.sem. 1997.

BRUNNER,  J. J. ( Org.). Fronteiras na América Latina: espaço em transformação. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, Fundação de Economia e Estatística, 1997.

FRANCO, M. E. D. P. A universidade e o Mercosul: questões candentes. Porto Alegre, UFRGS, 1993.

GARCÍA GUADILLA, C. Universidade latino-americana: da casela vazia ao cenário socialmente sustentável. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.101, p.82-112, jul. 1997.

KRAWCZYK, N. A qualidade pública do movimento de docentes: uma análise comparativa das posições dos movimentos docentes no debate educacional, durante a década de 80, no Brasil e na Argentina. Educação Brasileira, Brasília, v.19, n.38, 1.sem. 1997.

LAMPERT, Ernani. Educação e Mercosul: desafios e perspectivas. Rev. Fac. Educ. vol.24 n.2 São Paulo July/Dec. 1998.

MIRANDA, M. G. Novo paradigma de conhecimento e políticas educacionais na América Latina. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.100, p.49-56, mar. 1997.

MUÑOZ, H. A nova política internacional. São Paulo: Alfa Omega, 1996.

SILVA, P.C. A preparação do professor de espanhol no âmbito do Mercosul: uma questão de investimentos. In: CASTELLO, I.R. et al, Org. Práticas de integração nas fronteiras: temas para o Mercosul. Porto Alegre: UFRGS, Instituto Goethe/ICBA, 1998.

URZÚA, R., PUELLES, M. Governabilidade democrática e dos sistemas educacionais.Cadernos de Pesquisa, São Paulo, n.100, p.121-48, mar. 1997.

THESING, J. Latinoamérica: la democracia se estabiliza. Contribuciones, Buenos Aires, v.14, n.3, p.125-35, jul./sep. 1997.